sábado, 26 de fevereiro de 2011

Semente de leitores

Renato L. -  Recife/PE

Antes de tudo, um aviso: não há um herói na “historinha” que contamos a seguir. Não existe uma professora para servir de fio condutor no relato das experiências da Sementinha do Skylab. A ausência está ligada à trajetória da própria creche: como tantas, ela surgiu em 1988 a partir da luta da comunidade, ameaçada por um projeto de reurbanização. O esforço coletivo vitorioso marcou a vida de todos – a tal ponto que os professores pediram para não serem retratados individualmente.

Essa, no entanto, foi a única exigência feita ao repórter. No restante daquela manhã de verão, só encontrei portas abertas, boa vontade e... livros expostos nas paredes das salas arejadas dos grupos 1 (crianças de 1 a 2 anos), 2 ( de 2 a 3), 3 (de 3 a 4) e do berçário. Para o visitante, não resta dúvida: o manuseio de livros é parte do cotidiano da Skylab. Todo dia, confirmam os professores, são criadas situações de leitura, ou durante "A hora do conto" – após as atividades musicais e corporais, quando crianças e/ou professoras narram histórias nas salas – ou nos períodos de livre escolha, em que há a preocupação de se reservar tempo e espaço para o ato de ler.

Tanto cuidado, claro, não surgiu do nada. Primeiro, é bom notar que as professoras têm formação superior – inclusive com cursos de formação continuada – e são leitoras. Segundo, a prefeitura da cidade do Recife, principalmente nos anos entre 1993 e 1996, elaborou políticas com ênfase na formação docente e na organização de acervos. Juntos, esses dois fatores foram decisivos nas experiências da creche nesse campo, inclusive na mais importante delas, a Mostra de Livros da Sementinha.


Sua primeira edição aconteceu em 1999, como produto de uma reavaliação do projeto pedagógico, que apontou a necessidade de se ampliar o trabalho de leitura. Crianças, pais e funcionários são incentivados a escrever. Veja bem, não é uma tática para ampliar a capacidade de escrita. É parte da estratégia de incentivo à leitura. Até hoje, a estrutura básica da Mostra permanece: as crianças são envolvidas numa série de atividades (visitas a bibliotecas públicas e a editoras; conversas com escritores, inclusive com escritores-mirins; teatro de fantoche mostrando a importância do livro, personagens narrando contos de fadas...) capazes de reforçar o prazer de ler.
 
Ao mesmo tempo, elas são convidadas a criar histórias, convite que, nas edições mais recentes, foi estendido aos funcionários e aos pais dos alunos. Esse material é transformado em livros artesanais pela Editora Sementinha, incorporado ao acervo da Skylab e, importante, trocado com outras creches. Além disso, são organizadas campanhas de doação de livros para a biblioteca (que também atende a pais e funcionários) e oficinas de leitura com os pais, tarefas básicas numa comunidade de baixa renda, onde livro é artigo de luxo.


Tudo isso deságua na própria mostra de anos), 2 ( de 2 a 3), 3 (de 3 a 4) e do berçário. Para o visitante, não resta dúvida: o manuseio de livros é parte do cotidiano da Skylab. Todo dia, confirmam os professores, são criadas situações de leitura, ou durante “A hora do conto” – após as atividades musicais e corporais, quando crianças e/ou professoras narram histórias nas salas – ou nos períodos de livre escolha, em que há a preocupação de se reservar tempo e espaço para o ato de ler.

Tanto cuidado, claro, não surgiu do nada. Primeiro, é bom notar que as professoras têm formação superior – inclusive com cursos de formação continuada – e são leitoras. Segundo, a prefeitura da cidade do Recife, principalmente nos anos entre 1993 e 1996, elaborou políticas com ênfase na formação docente e na organização de acervos. Juntos, esses dois fatores foram decisivos nas experiências da creche nesse campo, inclusive na mais importante delas, a Mostra de Livros da Sementinha.


Sua primeira edição aconteceu em 1999, como produto de uma reavaliação do projeto pedagógico, que apontou a necessidade de se ampliar o trabalho de leitura. Crianças, pais e funcionários são incentivados a escrever. Veja bem, não é uma tática para ampliar a capacidade de escrita. É parte da estratégia de incentivo à leitura. Até hoje, a estrutura básica da Mostra permanece: as crianças são envolvidas numa série de atividades (visitas a bibliotecas públicas e a editoras; conversas com escritores, inclusive com escritores-mirins; teatro de fantoche mostrando a importância do livro, personagens narrando contos de fadas...) capazes de reforçar o prazer de ler. livros. Concebida e desfrutada coletivamente pela comunidade, ela serve como exemplo de estratégia de incentivo de baixo custo e integradora, capaz de reunir ao prazer da leitura – e aí temos um dado fundamental para sua eficácia! – as delícias do ato de narrar. É assim que a comunidade do Skylab faz uma semente germinar, crescer e dar frutos: a do gosto de ler histórias, primeiro passo para que se possa criar, mais tarde, uma outra história...
 
Fonte: Revista Criança nº 40

Nenhum comentário:

Postar um comentário