sábado, 12 de fevereiro de 2011

Leitura: uma janela que se abre para o mundo

Matéria publicada em 23 de junho de 2010

Por Cleide Quinália Escribano

“Um dos momentos inesquecíveis da vida de qualquer criança é quando, pela primeira vez, ela junta uma letrinha, mais outra, e mais várias delas e começa a… ler! É uma conquista tão importante que será usufruída pelo resto de sua vida e abrirá, a cada dia, uma nova janela para o mundo” – Maurício de Sousa, cartunista e criador da Turma da Mônica.

A exemplo da citação do famoso cartunista, em Niquelândia, interior de Goiás, novas janelas também estão sendo abertas para o mundo de centenas de alunos do Colégio Estadual Coronel Joaquim Taveira. Isso vem sendo possível graças ao projeto de leitura “Igualdade que Promove a Diferença”, criado com o intuito de despertar nos alunos o interesse pela leitura, contribuindo assim para que se tornem leitores hábeis e capazes de interpretar o mundo.

De acordo com a professora Maristela Aidar, diretora do colégio, a ideia de criar um projeto de leitura na escola surgiu em razão da dificuldade que muitos alunos tinham na hora de ler e escrever e que acabava se refletindo no desempenho deles como um todo. “Ler e escrever corretamente precisam ser a base do aprendizado de todo o aluno. Quando um desses pontos primordiais falha (no singular), todo o processo seguinte também fica prejudicado, daí nosso esforço em trabalhar com os alunos essas duas questões”, explica Maristela.

Ela explica que o Colégio há tempos já procurava desenvolver atividades voltadas à leitura, porém agora foi dada uma nova roupagem ao projeto, com metodologias e ações que procuram valorizar os assuntos de interesse dos alunos e despertar, assim, o prazer pela leitura. “Adotamos como primeira etapa uma conversa informal com os estudantes, na qual eles contam quais os tipos de histórias gostam de ler, que tipos de publicações (livros, revistas, gibis etc) têm em casa, se alguém da família costuma ler para eles, entre outras coisas”, conta. “A partir dessas informações, damos início a uma série de atividades abrangendo leitura, interpretação e produção de textos”.

E os frutos desse trabalho já começam a ser colhidos. Segundo a diretora, recentemente representantes da Sub-Secretaria de Educação de Niquelândia estiveram no colégio para aplicar aos alunos do 2º ano do ensino fundamental a prova de sondagem para o Provinha Brasil deste ano e a nota obtida foi 4,5, um ponto a mais do que vinha sendo registrado nos últimos anos (3,5).

Dos gibis às poesias

Um dos focos do projeto é o incentivo à leitura de histórias em quadrinhos, já que esta é uma forma divertida de atrair o interesse dos alunos pela leitura. Este, porém, é apenas o ponto de partida do projeto, que inclui ainda diferentes tipos de publicações e textos como fábulas, clássicos, romances e até poesia.

O projeto também prevê atividades a partir de histórias infantis narradas em CDs e que são recontadas depois pelos próprios alunos. Outra metodologia utilizada são as histórias contadas pelos familiares e amigos mais velhos. “Nessa atividade, os estudantes compartilham com os colegas os relatos colhidos e, muitas vezes, produzem textos a respeito”, conta a professora.

Ainda segundo Maristela, o projeto de leitura não se restringe apenas aos trabalhos desenvolvidos em sala de aula. A idéia é que mesmo fora do ambiente escolar o interesse pela leitura continue vivo no aluno e sirva, inclusive, como estímulo para a participação da família. “Para tanto, criamos uma espécie de “receita para gostar de ler” (veja abaixo), a qual motivamos os alunos a seguir e compartilhamos com a família, que, aliás, “já deu mostras de estar contente com a iniciativa”, comenta.

Confira a receita criada pelas professoras do projeto:

02 visitas semanais a biblioteca do colégio
01 cantinho de leitura em seu quarto
01 visita quinzenal à banca de revista
01 pouco de leitura antes de dormir
01 história por dia para contar ou ouvir dos pais
01 porção de leitura dos rótulos de produtos consumidos pela família

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