segunda-feira, 21 de junho de 2010

Estimuladores da leitura

Foto: Luciano Moraes
Diego Rosa

NO DIA NACIONAL DO LIVRO, PESSOAS QUE CONVIVEM COM A LITERATURA REVELAM SUAS FORMAS DE INCENTIVAR O PRAZER EM LER

Uma pesquisa do Instituto Pró-Livro revela que o hábito da leitura é formado em casa, estimulado na escola e aperfeiçoado no convívio social. No levantamento, de 2007, os pais são os principais responsáveis pelo encaminhamento dos filhos ao livro, que tem o dia nacional comemorado hoje. Depois, vem a escola (veja quadro).

O diagnóstico reflete bem a função educacional de cada instituição. A responsabilidade pode ser dividida por outras pessoas fora desses ambientes.

No Dia Nacional do Livro, comemorado hoje, algumas pessoas seguem a rotina diária de estimular a leitura. Para ajudar nessa divulgação de que o hábito da ler só traz benefícios, a figura de Gelson Bini, 40 anos, de Jaraguá do Sul, é conhecida. Funcionário de uma livraria no Centro da cidade, está sempre dando atenção a quem quer saber mais sobre os títulos. Além desse espaço, Bini trabalha como guia de leitura na biblioteca do Sesc.

O amor pelo livro despertou quanto tinha 17 anos. Ele morava com um grupo de jornalistas, em Ponta Grossa (PR) e, para ser integrado no papo, seguiu a linha de leitura que os amigos tinha. Com isso, aprofundou-se nas obras dos escritores James Joyce, Franz Kafka, Charles Bukowski, Juan Rulfo e dezenas de outros.

Quando alguém pede uma dica, Bini costuma contar um pouco da história. Como tem facilidade de memorizar parte dos livros que leu na biblioteca de 300 exemplares que tem em casa, faz uma explanação da ideia principal da literatura sugerida.

Com a gurizada, Bini comenta que não adianta indicar os clássicos. A onda são, agora, os livros de história de vampiros, destacados pela escritora Stephenie Meyer, como “Crepúsculo” e “Lua Nova”. Bini gosta de instigar a curiosidade para ir além dos títulos atuais. Para quem gosta desses contos, ele diz que o escritor que foi inspirador é o Edgar Allan Poe.

Então, a garotada vai em busca de outros livros mais aprofundados sobre o tema, aprimorando o gosto. “Com o conhecimento que o livro proporciona, podemos conversar com qualquer pessoa e quebrar muitas barreira sociais.”, ensina o leitor.

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Livros também nas empresas

O Serviço Social da Indústria (Sesi) tem um programa de valorização à leitura dentro do ambiente de trabalho. O Projeto Indústria do Conhecimento possibilita que as empresas criem nas estruturas bibliotecas para serem usadas pelos funcionários e comunidade. Atualmente, cinco indústrias, uma universidade e duas cidades do Estado montaram locais de leitura.

Em Joinville, uma pessoa que estimula a leitura é a coordenadora das bibliotecas públicas, Alcione Pauli, 32. Quando conversa com amigos, ela sempre leva um livro dentro da bolsa para comentar sobre a história que está lendo e, assim, aguçar a curiosidade dos outros.

Ela fala de escritores que estão em evidência e o estilo das obras deles. “Cada vez mais temos de falar em livros para todo mundo. Acho que, além da família e escola, todas as pessoas podem contribuir para incentivar a leitura em qualquer lugar, seja no comércio, nas empresas”, destaca.

A professora e coordenadora do programa Proler, da Universidade da Região de Joinville (Univille), Taíza Mara Rauen Moraes, destaca que é possível criar espaços na comunidade para formar círculos de leitura e contação de histórias. Taíza cita o exemplo do Proler, que têm atividades desse tipo em Joinville junto às crianças pacientes do Centro Hospitalar da Unimed e do Hospital Infantil Jeser Amarante Faria. “Essas ações integram as pessoas e a literatura passa a ser um objeto de discussão.”

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QUEM MAIS INFLUENCIA A CRIANÇA A LER
Mãe 49%

Professora 33%

Pai 30%

Ninguém 14%

Outro parente 14%

Amigo 8%

Religioso (padre, pastor) 5%

Colega ou chefe de trabalho 2%

Outros 3%

Não informou 1%

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O dia 29 de outubro é considerado o Dia Nacional do Livro porque foi nesta data, em 1810, que foi criada a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

A ideia dessa homenagem é fazer com muito mais pessoas se interessem pela leitura para aprenderem mais. No Brasil, pelo menos 6 milhões de livros são vendidos por ano.

LIVRO PERDE PARA A TV

A pesquisa desenvolvida pelo Instituto Pró-livro também mostrou que 77% dos cinco mil entrevistados preferem ver TV no tempo livre. O hábito da leitura está em quinto lugar, como preferência de 35% dos pesquisados.

Fonte: A Notícia

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