terça-feira, 2 de março de 2010

Deixe seu filho degustar os livros

Assim como você, a criança precisa pegar o livro nas mãos para dizer que gosta

Cristiane Rogerio


Outro dia eu estava em uma livraria especializada em livros infantis e dois irmãos chegaram, acompanhados do pai. Chovia muito e, talvez por esse motivo, o passeio daquela família durou ainda mais tempo - como acabou acontecendo comigo também. O pai sentou no chão e ficou ali com as crianças folheando o que interessava a elas. Sim, a elas. Por algum tempo, ele ficou somente à espera do que eles traziam, do que lhes chamava a atenção: um era por causa de uma capa engraçada; outro, porque tinha um pop-up que se tranformava em globo terrestre, ou simplesmente porque achavam bonito. Mas tinha sempre que pegar. Pôr a mão mesmo.

Depois, eles começaram a passar a mão nos livros expostos com mais ênfase, naqueles porta-livros para dar vezes de vitrine. Eles iam escorregando as mãos como se quisessem tocar tudo. Ou como se aquele jeito fosse uma forma de sair dali e respirar a certeza: "eu vi tudo que tinha". Coisa de criança.

Quando alguém quer divulgar um livro para mim, ou contra algum lançamento, seja o autor ou seja um assessor de imprensa de editora, eu tenho sempre a mesma resposta: só posso avaliar um livro com ele em minhas mãos. Não importa se a história é comovente, se o tema é atual ou se trata-se de uma releitura de um conto de fadas: a gente só acredita em um livro, lendo. Só folheando, degustando podemos avaliar o conteúdo, a linguagem e a ilustração: como eu sentirei o impacto de um desenho, o efeito de um pop-up ou a emoção de uma poesia relevada apenas no virar de página se eu não tiver ele em mãos?

Por isso, quer que seu filho crie senso crítico? Quer que se eu filho deguste até mais do que você pode comprar? Leve-o até os livros. Aproveite livrarias - as grandes redes também estão disponibilizando cada vez mais boas opções -, bibliotecas, feiras de livros, sebos... Estimule esse hábito e usufrue dele também: são descobertas que vão valer muito a pena!

Fonte: Revista Crescer

Nenhum comentário:

Postar um comentário