segunda-feira, 1 de março de 2010

Ações populares incentivam a leitura em diversos pontos do Brasil

Livros estão em paradas de ônibus, estações de metrô, favelas, becos e vielas

Brasília - Iniciativas individuais, de empresas e de entidades estão ajudando a levar a leitura a paradas de ônibus, estações de metrô, favelas, becos, vielas e outros locais do Brasil. Quem costuma pegar ônibus na capital federal teve uma feliz surpresa nos últimos dois meses. O açougueiro Luiz Amorim resolveu facilitar o acesso dos brasilienses aos livros, criando o projeto Parada Cultural.

Os livros ficam em estantes, em seis paradas de ônibus de Brasília e quem quiser levar para casa é só anotar o nome e o título do livro em um caderno específico, sem prazo para devolução, sem pagar nada. Durante o dia, um funcionário faz o atendimento, mas os livros podem ser retirados também à noite. Já são mais de 9 mil títulos à disposição dos passageiros-leitores. A cada dia, cerca de 50 livros são retirados das estantes para serem levados para casa, em cada uma das unidades.

Para o idealizador do projeto, isso mostra a vontade de ler da população. “Estamos provando, com essa quantidade de livros emprestados, que o brasileiro gosta de ler, mas não tem acesso ao livro”, afirma.

Amorim reconhece que o acesso à leitura no Brasil ainda é muito ruim e defende a democratização dos livros com a instalação de pequenas bibliotecas dentro das comunidades. “O projeto da parada de ônibus é também uma crítica ao modelo de biblioteca pública, ela não é uma biblioteca popular”, critica.

O estudante de História José Thiago Garcia Mesquita, de 22 anos, costuma pegar livros emprestados toda a semana na biblioteca da parada de ônibus da 712 Norte. Ele também colabora levando livros e ajudando a organizar as estantes. Para ele, a falta de burocracia e a facilidade de acesso ajudam a desenvolver seus estudos. “O livro está muito caro, e aqui o acesso é melhor. A gente consegue pegar fácil, não tem burocracia”, elogia.

Antes de conhecer a Parada Cultural, a doméstica Maria Helena Lima da Rocha não tinha o hábito da leitura. Hoje, virou costume levar para casa livros sobre religião e romances. “É maravilhoso, eu leio e levo para as minhas vizinhas também”, conta. Ela aproveita as viagens de ônibus para viajar também nas histórias. “É bom para distrair, a gente leva duas horas para chegar em casa ,então dá para ler bastante, é ótimo”.

Além da parada Cultural, Amorim mantém uma biblioteca comunitária com mais de 20 mil títulos. O sistema é o mesmo, é só chegar, escolher o livro e levar para casa. Mais 700 livros são disponibilizados também aos clientes do açougue de Amorim. Para manter os projetos, conta com o apoio de empresas públicas, além do governo distrital e do Ministério da Cultura.

Fonte: Bem Paraná

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